Resenha - Aprendendo a seduzir

17 fevereiro 2017


Título: Aprendendo a Seduzir
Autor: Patricia Cabot
Cortesia: Planeta de Livros
Skoob | Goodreads
Páginas: 368
Onde comprar: Amazon | Saraiva

O que qualquer mulher faria se flagrasse o noivo aos beijos com outra mulher?
Cancelaria o casamento e nunca mais colocaria os olhos no desalmado traidor. Certo?
Não lady Caroline Linford.
Apaixonada pelo belo e galante marquês de Winchilsea, ela não se dá por vencida e resolve ir em frente com o casamento. Afinal, lady Linford ama seu prometido.
Com o intuito de se tornar o único objeto do desejo de seu noivo, ela convoca o renomado Braden Granville, mestre na arte da sedução, para, com ele, aprender a ser a melhor amante que Winchilsea pode vir a ter.
Porém, a aluna se torna tão aplicada que arrancará mais que elogios de seu professor...











Caroline tem uma vida perfeita, pelo menos foi o que sempre pensou. Noiva de um homem lindíssimo e ainda por cima nobre, ela jamais imaginaria que um dia o flagraria com outra, e ainda mais fazendo coisas que jamais passaram em sua mente. Seu primeiro pensamento foi no escândalo que geraria, e pior, o rompimento do noivo. Qual foi sua surpresa em ao contar a sua mãe o acontecido e ela simplesmente a aconselhou a deixar isso de lado já que é ótimo que o seu futuro marido tenha uma amante, assim não pedira certas coisas a Caroline, e a melhor coisas que ela poderia fazer era usar seus atributos femininos para reconquistar seu noivo.

“Não havia luz no quarto. Diferente da antessala que era iluminada pelas chamas da lareira em mármore. O fogo era baixo, mas o casal conseguiu deitarse sobre o divã, deixando a mostra, suas silhuetas. Ainda assim, Caroline foi capaz de perceber as suas características. Ela sabia quem eles eram... Ela sabia quem eles eram muito bem. Ela reconheceu seu noivo, também pela risada através da porta fechada, e foi por isso que ela desejou abri-la, primeiramente.”

Mas como ela iria reconquistar seu noivo se nem ao menos fora beijada da forma correta? E pior, ela não faz ideia do que acontece em quatro paredes entre um casal. Foi então que Caroline tem a ideia de pedir ajuda ao maior libertino de Londres, Braden Granville, que por acaso também está noivo, e adivinhem com quem? Com a mesma mulher que seu noivo a traiu. Braden fia relutante em ajudar uma mocinha de sociedade, mas Caroline se demonstra determinada vencendo-o, mas as aulas seriam totalmente teóricas, ou pelo menos foi o que ambos pensavam, mas como controlar esse jogo de sedução?




[- Minhas impressões -]

Romances de época são o meu tipo preferido de estórias, e mesmo depois de ter lido tantos ainda consigo ficar suspirando de amores com tanta beleza e glamour.  A primeira coisa que me chamou atenção na estória foi o jeito diferente que Caroline apresentava. Ela é sim um moça bem criada e educa, mas possuí um espirito único e um desejo insaciável de ter um amor verdadeiro. Ela deseja ser mulher e amante de seu próprio marido, deseja uma devoção que para a época era quase um mito. Essas coisas poderiam classificá-la como tola, mas só consegui ver uma jovem querendo ser feliz.

“- Oh, minha querida - lady Bartlett voltou a afundar-se em suas almofadas. - Minha pobre Caroline. Minha querida e pobre Caroline - Então, como se estivesse recuperando as forças, disse - Caroline, querida... Eu sei que você deve ser estar muito magoada, mas você também está lidando muito mal com isso. Você não poderia ter deixado de pensar que um homem como o marquês deixaria de ter uma amante.”

Para a época, uma homem ter amante era a coisa mais normal, até mesmo as próprias esposas desejavam isso pois as livrariam de ter que atender aos desejos primitivos dos maridos. Sempre que via esses pensamentos sendo expressos ficava complemente feliz da humanidade ter evoluído tanto (ou nem tanto assim) pois é inadmissível aos meus olhos algo assim acontecer. Outra coisa que sempre penso quando vejo algo assim é o quanto as mulheres desta época eram submissas, seus desejos e vontades eram deixados de lado para exaltar aqueles que não davam o mínimo de valor a elas, e foi exatamente por isso que gostei tanto da personagem, ela não aceitou que seu destino fosse como de tantas outras, Caroline queria devoção e foi atrás disso, não que Bradem fosse a melhor pessoa para demonstrar isso (risos).

Bradem é o típico libertino do século XIX, com exceção que lutou muito para ter sua fortuna. Vindo de uma linhagem pobre, ele teve sorte de um tutor o acolher e ensinar a ser um cavalheiro, e com as oportunidades acabou por agarra-las e crescer na vida, mas mesmo assim ele não possuí um título de nobreza, o que nos círculos sociais causa extremo desconforto e olhares tortos. Eu gostei bastante da interação que ele teve com a Caroline, foi bem engraçado algumas partes e outras um tanto quanto constrangedoras, mas no fim a química que tinham era inegável. Algo que não gostei no personagem foram algumas atitudes rudes e agressivas com a própria Caroline, e até mesmo com sua noiva, foi nesses momentos que ele perdia seu brilho aos meu olhos, e mesmo depois de toda a estória ainda estou me decidindo se ele me conquistou ou não.

“- Bem,- ele disse, rapidamente. - um dia sem duvida ele fará, e é melhor você estar preparada. Este tipo de beijo, Lady Caroline, é conhecido pelos franceses como o beijos da alma, porque através desse beijo, um casal passa suas almas um para o outro e assim por diante.”

A estória possuí alguns personagens secundários, mas os que se destacaram foram Jacquelyn – noiva de Bredem – e Husrt – noivo de Caroline. Ambos os personagens não possuem fortuna e dessa forma veem em seus futuros conjugues uma chance de vida melhor, ou seja, dois aproveitadores. Hurst tem um caráter péssimo e duvido, enquanto Jacquelyn só pensa em sí. Houve também outros personagens importantes da estória, mas foram muito pouco aprofundados, o que deixo minha ressalva a esse respeito. Boa parte dos personagens são extremamente rasos e fez falta um aprofundamento pois algumas atitudes que tomavam ficavam sem sentido pois não sabíamos o que os motivavam.

“- Sim, é verdade, Emmy.  Caroline olhou fixamente o chão.- Hurst nunca – nenhuma vez – me beijou do jeito que ele beijou Jacquely n Seldon. Até eu vê-lo com ela noite passada, eu pensei... bem, eu pensei que nós éramos muito felizes. Você sabe que eu pensei. Eu pensei... eu penei que ele me amava”

A edição do livro ficou sensacional e gostei ainda mais dessa nova capa do que a anterior, dessa vez trazendo uma modelo inocente e ao mesmo tempo provocante. Internamente segue o padrão de qualidade da editora com letras e espaçamentos em tamanhos perfeitos para uma leitura.

Aprendendo a Seduzir foi um dos primeiros livros que Meg Cabot assinou com seu pseudônimo, onde trás uma pegada mais hot. O livro é escrito em terceira pessoa e trás a marca da autora com narrativa fluída e estória envolvente. Li em poucas horas tamanha ansiedade de saber o desfecho, mesmo tendo achado um tanto quando prematuro, vale super a pena conferir essa estória. Recomendo para todos os amantes de romances de época e também para aqueles que desejam se surpreender com uma jovem protagonista bem a frente de seu tempo.

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